Hong Kong é um tÃpico exemplo contemporâneo de uma colônia, que ao ser devolvida ou libertada reflete um adágio popular: “Eu era feliz e não sabia”. Foi em primeiro de julho deste ano que marcou os vintes anos de devolução de Hong Kong à China, depois de cento e cinquenta anos como colônia britânica. O que parece para uma cidade inata da China não celebrar com esse feito? responderia a nova percepção. Uma colonização traz consigo o que chamamos de inculturação. E essa cultura carrega valores que norteiam o estilo de vida, porque afeta o comportamento. E Hong Kong vislumbrou e sentiu o que perdeu: a livre expressão, a democracia e o direito de escolher, por isso se caracterizava uma cidade moderna. O mais interessante é que tudo isso, Hong Kong tinha no contexto Britânico e talvez não via motivo de celebração por simplesmente ter, até se deparar com a re
alidade do retorno à China com sua implacável  ditadura.
Nesse momento a ficha cai, porque a proposta antagônica ou contrária da ditadura confronta diretamente com suas caracterÃsticas democráticas e um estilo de vida próprios trazidos do século e meio quando estava como colônia britânica. Esse fato deve nos levar a reflexão. Porque esperar a mudança, para admitir e reconhecer o que temos recebido de bom? Porque esperar para dizer: Eu  era feliz e não  sabia”? Não valorizamos os de perto até estarmos longe. Não valorizamos o que temos, até perdermos. E não agradecemos até, termos motivos para pedir desculpas. Que tal olhar um pouco ao redor, para reconhecermos que somos felizes, pelo que temos, somos e por quem nos acompanha? Caso não seja essa nossa disposição, poderemos ser uma nova Hong Kong e repetirmos: eu era feliz e não sabia!